Hoje passei pela rua, uma rua que podemos dizer que é nossa, nossa porque já a percorremos, a exploramos e a vivemos todos os dias. De uma parte da rua podes espreitar lá em baixo a cidade, pensando sobre o que passou antes e sobre o futuro dessa mesma cidade. A rua tem histórias para contar e segredos malandros, tem paredes estreitas e a calçada reflecte a luz da lua, tem também longas escadarias, bares ao virar da esquina e edifícios centenários a cair de podres. A rua aparece nos mapas e lá à noite eu espreito por ti, nessa mesma rua podes pisar o mundo inteiro mas também podes ir para aquele sitio que nos podemos sentir protegidos e cobertos. Foi nessa rua que disseste que tudo era real e a rua ouviu as nossas palavras, foi lá mesmo que soltaste a imaginação e deixaste sair um pouco de ti. É bom sentir que encontro-te sempre na rua, eu realmente poderia ter-te pedido para ficares lá comigo, mas seria demasiado egoista da minha parte e sinceramente eu não me importo muito com isso, pois sei que poderemos lá voltar e sentir que ela sempre foi nossa. Existe uma música para a rua também, ela merece...